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Saiba tudo sobre a Festa Junina!

A Festa Junina domina o Brasil de Norte a Sul, de Leste a Oeste! As ruas são fechadas, as escolas organizam a festa desde o início do Ano Letivo, as paróquias de todo o Brasil homenageiam três santos, os sítios, então? Ganham aquela magia que apenas a zona rural tem.

O mês de junho enche o Brasil de alegria, de música, dança e brincadeiras. E não podemos falar em Festa Junina sem falar dos comes e bebes! Derivados de milho, pastel, cachorro-quente, vinho quente, quentão, maçã do amor… Com certeza, só de ouvir falar nestas delícias, dá vontade de festejar até o Sol raiar, não é mesmo?

As Festas Juninas homenageiam três santos católicos: Santo Antônio (celebrado no dia 13 de junho), São João (celebrado no dia 24 de junho) e São Pedro (celebrado no dia 29 de junho).

Para você ter uma ideia da grandiosidade, há estados brasileiros que consideram esses três santos, feriado: Alagoas comemora tanto o Dia de São João quanto São Pedro; Pernambuco, o Dia de São João e Rio Grande do Norte, o Dia de São Pedro.

Cada região adaptou as tradições juninas de acordo com os seus costumes locais, fazendo uma incrível fusão do religioso, popular e do folclórico. 

Neste artigo, você vai saber tudo sobre as Festas Juninas, desde a sua origem até a história dos santos que são celebrados, como é a celebração em cada região brasileira, qual é o significado de seus símbolos principais, etc.

Precursores da Festa Junina

Você sabia que os precursores da Festa Junina não estão ligados à tradição católica? Em outras palavras, a origem da Festa Junina se dá nas celebrações pagãs.

No Hemisfério Norte, uma data muito importante é o Solstício de Verão, que acontece no dia 21 ou 22 de junho. É o dia mais longo do ano.

Desde a Antiguidade, muitos povos, como os celtas e os egípcios, comemoravam o Solstício de Verão a fim de pedir uma colheita farta.

Esta tradição aconteceu até o século X. No entanto, não podemos dizer que ela foi eliminada por completo, pelo contrário: incapaz de combatê-la, os católicos decidiram transformá-la em uma celebração cristã, homenageando os três santos do mês.

Estes santos substituíram os deuses gregos, romanos, nórdicos, egípcios e muitos outros. Para você ter uma ideia, um dos deuses era Adônis (que, posteriormente, foi substituído pelo próprio São João Batista).

De acordo com a Mitologia Grega, Afrodite (A Deusa do Amor) e Perséfone (Deusa do Submundo) disputavam Adônis. Para apaziguar as brigas, Zeus determinou que Adônis passasse metade do ano com Afrodite no ensolarado Mundo Superior e a outra metade com Perséfone, nas trevas do Mundo Inferior.

É por isso que existe o ciclo da natureza, onde a vegetação morre no inverno e renasce na primavera.

Origem da Festa Junina

A Festa Junina como conhecemos hoje no Brasil tem origem em Portugal, onde o Dia de São João é uma grande festa, que atrai milhares de pessoas, inclusive turistas, para as ruas todos os anos.

No caso da festa lusitana, a festa leva o nome de Dia de São João do Porto, é uma festa que mobiliza a cidade toda desde o seu início, no dia 23 de junho, até a manhã do dia 24 de junho.

Como é a festa de São João do Porto

As principais diferenças são os martelos de plástico, que os festeiros de todas as idades batem na cabeça um do outro como forma de cumprimento. Antigamente, os rapazes batiam alho-poró (alho porro) na cabeça das moças, com a intenção de paquerá-las ou para, simplesmente, provocá-las.

A resposta das moças eram os manjericos (um parente do manjericão), que eram dados de presente para os rapazes pelos quais elas tinham interesse. Hoje em dia, porém, os manjericos ficam nas portas e janelas das casas, com o objetivo de repelir as energias negativas.

É claro que, como estamos falando de Portugal, o peixe é o principal alimento. Muitas pessoas saem às ruas e compartilham braseiros para fazer sardinhas.

Quanto à música e à dança, a principal são os Bailaricos, uma espécie de quadrilha que, muito provavelmente, inspirou a quadrilha brasileira.  

 Ao contrário do Brasil, onde soltar balão é crime, os portugueses também têm uma tradição muito forte de soltar balões, além de, é claro, os belíssimos fogos de artifício que começam meia-noite.

Como a festa chegou ao Brasil

No Brasil, a festa começou com o nome de Festa Joanina, por causa de São João. Foi transformada em “Festa Junina”, porque ocorre no mês de junho.

Chegou junto com os primeiros colonos portugueses e logo passou a fazer parte da cultura indígena e afro-brasileira, povos que influenciaram, e muito, nos costumes da festa, como o milho (alimento indígena) e a dança em volta da fogueira (que se remete aos escravos africanos e o culto aos seus ancestrais).

É claro que as Festas Juninas também receberam muita influência dos imigrantes que vieram depois e, graças a isso, cada região do Brasil tem as suas peculiaridades.

Dia de Santo Antônio

O Dia de Santo Antônio é comemorado no dia 13 de junho. O santo, comumente representado por segurar o Menino Jesus em seus braços, é um dos principais da religião católica e possui uma legião de devotos, já que tem a fama de casamenteiro.

Mas, afinal de contas, e onde vem a fama de casamenteiro? Conta-se que Santo Antônio ajudava mulheres humildes com um dote e também com um enxoval para poderem casar.

Há muitas outras histórias, mas a mais famosa delas é que uma havia uma moça muito bonita, mas que não conseguia arranjar marido. Para tanto, ela conseguiu uma imagem de Santo Antônio, colocando-a em um oratório e oferecendo flores todos os dias.

Os dias tornaram-se semanas, meses, anos e nada do prometido aparecer! Irada, a moça jogou a imagem pela janela, no mesmo momento em que um cavalheiro passava pela rua.

Ele, então, é atingido pela imagem e, quando foi entregá-la para a moça, se apaixona por ela.

Quem é Santo Antônio?

Em vida, Santo Antônio de Lisboa ou Santo Antônio de Pádua (cidade italiana onde faleceu). Seu nome verdadeiro é Fernando Antônio de Bulhões (15 de agosto de 1195 – 13 de junho de 1231) era filho único de um nobre e rico oficial do exército de Dom Afonso e de Tereza Taveira.

Muito estudioso e recluso, entrou para o Mosteiro de São Vicente dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho contra a vontade de seu pai. Foi transferido para Coimbra, o centro intelectual de Portugal, onde se ordenou sacerdote.

Aos 25 anos de idade, soube que cinco franciscanos foram mortos em Marrocos, onde tentavam evangelizar os mouros. Decidiu, então, que seria um missionário e entrou para ordem dos franciscanos, partindo ele mesmo para Marrocos. No entanto, uma doença o obrigou a retornar.

Foi então que partiu para o mosteiro São Francisco de Assis, conhecendo o próprio santo. Foi então que ele passou a se chamar Frei Antônio.

Santo Antônio morreu em 1231, no convento das Clarissas de Arcella, um subúrbio de Pádua. Apenas 11 meses depois de sua morte, Santo Antônio foi beatificado e canonizado em 30 de maio de 1232, por Gregório IX.

Santo Antônio foi um grande orador, especialmente por conta de seu grande conhecimento. Ao ter o corpo exumado, a sua língua estava intacta, algo que São Boaventura afirmava ser possível apenas por estar inspirado pelo próprio Deus.

Dia de São João

O Dia de São João é comemorado no dia 24 de junho. A Festa de São João começa na madrugada do dia 23 e vai até o dia seguinte.

 Em muitos estados brasileiros, essa data é tão importante que passou a ser feriado.

Acredita-se que São João Batista nasceu no dia 24 de junho porque, segundo o Evangelho de Lucas, Jesus Cristo nasceu seis meses depois.

Curiosamente, São João Batista é um dos únicos santos – fora a própria Virgem Maria – que os devotos celebram a sua vida mundana, além de, é claro, a sua figura como ser divino que está no céu. Desse modo, o Dia de São João é comemorado no dia de sua vida, não no dia em que morreu, como geralmente acontece (vimos o caso de Santo Antônio, por exemplo).

Quem é São João Batista

São João Batista é primo de Jesus Cristo. Filho de Isabel e Zacarias, vivia como nômade, se alimentando por gafanhotos e mel silvestre (ele não comia carne, nem bebidas fermentadas).

É representado por alguém magro, de cabelos longos, descalço, vestindo uma túnica de pelo de camelo e um cinturão de couro, este último é a marca de um profeta.

E por que São João Batista é tão importante? Em primeiro lugar, ele é o último dos profetas do Antigo Testamento, sendo ele a ligação para o Novo Testamento.

Além disso, ele batizou Jesus Cristo às margens do Rio Jordão, um evento muito importante para preparar Jesus de Nazaré para a sua vida mística.

Além de Jesus, João também batizou diversos fieis, o que conquistou a inimizade do rei Herodes, quem João acusava de ter uma vida adúltera por ter relações com Herodíades, a mulher de seu próprio irmão.

No aniversário do rei, a filha de Herodíades, Salomé, surpreendeu a todos com a sua dança. Fascinado, Herodes permitiu que ela pedisse o que quisesse e ela respondeu que queria a cabeça de João Batista. 

E assim foi feito, João Batista foi decapitado em 29 de agosto do ano de 27 D.C.

Dia de São Pedro e de São Paulo

Dia 29 de Junho é o Dia de São Pedro. Nesse mesmo dia, é comemorado também o dia de São Paulo de Tarso.

Uma coisa curiosa é que, nesta data, também comemoramos o Dia do Papa já que, segundo a tradição da religião católica, São Pedro foi o primeiro papa, nomeado pelo próprio Jesus Cristo. Ele, aliás, permaneceu 37 anos com o título de papa, uma marca que até hoje não foi ultrapassada.

Quem foi São Pedro

São Pedro era um pescador do Mar da Galileia. Quando conheceu Jesus, reconheceu nele o Messias e passou a seguí-lo.

Ele foi um personagem importante em um dos milagres de Cristo: Quando Jesus andou sobre as águas, Pedro pediu para que ele pudesse ir até ele. No entanto, a tempestade aterrorizou Pedro, que começou a afundar e gritar por socorro.

Foi então que Jesus o pegou pela mão e disse: “Homem de pequena fé, por que você duvidou?”.

Jesus deu a Pedro a missão de ser o líder de sua igreja: “Tu és pedra, e sobre essa pedra edificarei a minha igreja”.

Quando Jesus foi preso, Pedro foi reconhecido como um de seus apóstolos e, ao ser questionado, negou Jesus três vezes, arrependendo-se logo depois.

No reinado de Nero, os cristãos eram fortemente perseguidos. Segundo a tradição católica, Pedro foi crucificado de cabeça para baixo a pedido dele, pois se considerada indigno de ser crucificado do mesmo jeito que Jesus Cristo.

Quem foi São Paulo

Paulo de Tarso era um dos grandes perseguidores dos cristãos em Jerusalém. Foi em uma viagem até a cidade de Damasco que Paulo viu uma luz tão forte que o cegou. Indagando quem era, ouviu: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues.”

Ao contrário de seus apóstolos, Paulo não seguiu Jesus em vida, mas tornou-se um dos principais evangelizadores e responsáveis pela igreja se expandir.

Ele é responsável por 13 (ou 14) Epístolas do Novo Testamento, sendo que a mais famosa é a Carta de São Paulo aos Coríntios: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. (…) O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

Não há relatos bíblicos sobre como Paulo morreu, mas a tradição católica conta que foi degolado durante o império de Nero.

Tradições regionais

No Brasil, a Festa Junina chegou ao Brasil trazida pelos Portugueses. É importante lembrar que as tradições regionais tiveram grandes influências dos imigrantes que formaram as comunidades.

Vamos ver como são as especificidades de cada região! 

Região Nordeste

Quando o assunto é Festa Junina, com certeza, a Região Nordeste é uma das principais regiões, isso se não for a maior.

Isso porque a Festa de São João é o momento em que os nordestinos agradecem ao santo pelas chuvas na lavoura. É interessante levar em conta que, no Brasil, o solstício que ocorre no mês de Junho é o Solstício de Inverno.

Na madrugada do dia 24 de junho, os nordestinos saem para tomar banho de rio ou ainda mergulham uma imagem de São João como ato de purificação.

A festa dos três santos é tão importante que se equipara – ou até mesmo ultrapassa – o Natal, que já é conhecido como a principal festa cristã.

As cidades de Caruaru (Pernambuco) e Campina Grande (Paraíba) são conhecidas como as maiores festas de São João de todo o país.

Região Norte

Certamente, você já ouviu falar do Festival de Parintins e o Bumba-Meu-Boi/Boi-Bumbá. Esse festival se inicia sempre na última sexta-feira do mês de junho e acaba no domingo.  

É marcado pela disputa de duas figuras muito importantes para o folclore do Amazonas: Caprichoso (vermelho) e Garantido (Azul).

Para você ter uma ideia, a música “Tic, Tic, Tac”, que fala “Bate forte o tambor, eu quero é tic, tic, tic, tic, tac” é totalmente inspirada nesse grandioso festival.

Esse festival reúne milhares de pessoas (não só da cidade, mas de outros estados e até de outros países do mundo!) e é considerado Patrimônio Cultural do Brasil.

Região Sudeste

Juntamente com a Região Nordeste, a Região Sudeste é uma das que mais comemora a Festa Junina, especialmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais.

As paróquias organizam as famosas quermesses e grandes festas também são realizadas pelas escolas, clubes, centros espíritas, etc.

As barraquinhas ganhas as praças e ruas e o cheio de pastel e de outros comes e bebes como derivados de milho (milho com manteiga, curau, pamonha, etc.), cocada, cachorro-quente, canjica, etc. toma conta do quarteirão inteiro!

Nas barraquinhas, ainda são feitas diversas brincadeiras como boca-do-palhaço, pescaria, etc., crianças e adultos jogam e levam prendas para a casa.

No Vale do Paraíba, ainda temos o famoso “bolinho caipira”, feito com massa de farinha de milho e recheado com carne bem temperada.

Região Centro-Oeste

A Região Centro-Oeste faz fronteira com alguns países como, por exemplo, o Uruguai.

O Caruru, dança tradicional do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, é um duelo de violeiros onde as pessoas fazem uma roda e dançam.

Outra dança típica dos outros países e que a Região Centro-Oeste absorveu de outros países é a Polca Paraguaia.

É claro que, quando o assunto é Goiás, não podemos esquecer da música sertaneja, visto que este estado é berço de diversas duplas sertanejas que ganharam o Brasil e o mundo.

Quanto à comida típica, podemos citar o arroz carreteiro e a sopa paraguaia.

Região Sul

Na Região Sul, a música caipira dá lugar ao Vanerão, um estilo de música muito comum nos estados da região.

Outra característica muito importante que difere a Região Sul é o vestuário: bombachas, lenços e botas, enquanto as mulheres usam vestidos de prenda.

Uma das danças mais conhecidas é a dança-das-fitas, originada em Portugal e na Espanha.

Dificilmente falamos da Região Sul sem citar o churrasco, não é mesmo? É justamente uma das principais comidas das festas juninas. Além disso, temos a pipoca, o amendoim e a canjica.

Quanto às bebidas, temos o vinho quente (visto que a Região Sul é a maior produtora de vinho do Brasil) e, é caro, o chimarrão.

Decorações típicas

O arraial (ou arraiá) é um espaço ao ar livre onde as Festas Juninas são comemoradas. Nas cidades, é comum que as festas sejam realizadas em barraquinhas ou em um galpão.

As barraquinhas fazem parte das decorações típicas de Festa Junina, elas são enfeitadas com bandeirinhas de papel colorido e as bandeiras também se estendem por todo o arraial/galpão.

Além disso, também são colocados balões de papel, uma fogeira, um mastro com a bandeirola do santo, etc.

O que significa os elementos principais da Festa Junina?

Podemos falar com toda certeza que as Festas Juninas da nossa geração, de nossos pais, avós, etc. são muito semelhantes, com apenas um ou outro detalhe diferente.

É porque os elementos principais da Festa Junina vem de uma tradição muito antiga, secular!

Veja o que significa os principais elementos da Festa Junina:

A Fogueira e o mastro

Tanto a fogueira como o mastro possuem uma origem bíblica, pois fazem parte da história de São Joao Batista:

Dizem que Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam visitar-se. Uma tarde, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora e aproveitou para contar-lhe que dentro de algum tempo nasceria seu filho, que se chamaria João Batista.

Nossa Senhora então perguntou:

— Como poderei saber do nascimento dessa criança?

— Vou acender uma fogueira bem grande; assim você poderá vê-la de longe e saberá que João nasceu. Mandarei também erguer um mastro com uma boneca sobre ele.

Santa Isabel cumpriu a promessa. Certo dia Nossa Senhora viu ao longe uma fumaceira e depois umas chamas bem vermelhas. Foi à casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. (“A lenda do surgimento da fogueira de São João”. In: RANGEL, Lúcia H. V. Festas juninas, festas de São João: origens, tradições e história. São Paulo: Publishing Solutions, 2008. p. 35).

Quando Virgem Maria foi visitar sua prima, levou de presente uma capelinha e um ramo de folhas secas e perfumadas para colocar na caminha do bebê recém-nascido.

Na verdade, há uma lenda que diz que São João dorme o dia inteiro para não ver as fogueiras que iluminam a Terra, pois ele teria vontade de descer e comemorar. Essa lenda é tema de uma das cantigas infantis mais famosas:

“Capelinha de Melão é de São João

É de Cravo é de Rosa é de Manjericão

São João está dormindo

Não me houve não!

Acordai, acordai, acordai, João!”

Balões

Os balões foram proibidos no Brasil por questão de segurança, já que causam queimadas nas casas, florestas, etc. No entanto, a tradição diz que os balões marcavam o início da comemoração.

O balão possui um significado espiritual, pois liga a terra com o céu e, por isso, conecta-se com o divino. Dessa forma, conta-se que os balões levam os pedidos de quem o soltou até o céu.

Bandeirolas e bandeirinhas

As bandeirinhas, antigamente, tinham a imagem dos três santos juninos – Santo Antônio, São João e São Pedro – e colocadas na água. Quando eram estendidas, as pessoas eram banhadas e eram purificadas. Tempos depois, elas deram lugar às bandeirinhas com papel colorido.

Durante as Grandes Navegações, os portugueses entraram em contato com a tradição budista, em que as pessoas gravam orações em pequenos tecidos coloridos e jogam ao vento.

Fogos de Artifício

Criados pelos chineses, os fogos de artifício são utilizados para espantar os sentimentos negativos e os maus espíritos.

Quadrilha

A quadrilha é uma dança tradicional francesa, ela tem o intuito de agradecer aos santos pela boa colheita.

Pau de sebo

O pau de sebo é um mastro muito alto e que, em seu topo, é colocado comida ou dinheiro. Se a altura não desistimula, o sebo, muito escorregadio, é responsável pelos momentos mais engraçados da festa.

Dizem que o pau de sebo tem sua origem no Egito Antigo, em que eram feitos postes de pedra ou madeira (conhecidos como obeliscos) ao deus Baal, o Deus da Fertilidade e é por esta razão que o obelisco possui um formato fálico.

Os postes eram erguidos para agradecer pelas boas colheitas, pela proteção do deus e também para fazer pedidos.

O monumento foi trazido para a religião católica (um dos obeliscos mais famosos está no centro da Praça de São Pedro, no Vaticano) e passou a ser muito usada nas festas juninas, com uma imagem do santo homenageado no topo.

O casamento

Quem pensa nos casamentos caipiras das Festa de São João, cada vez mais engraçados (com a amante abandonada, os pais caipiras, etc.), não imagina que as cerimônias de casamento já foram oficiais.

Nos primeiros anos de colonização, não havia padres para oficializar as cerimônias de casamento e, por isso, durante a Festa de São João os noivos e noivas, acompanhados de seus pais, padrinhos, familiares e demais convidados, se reuniam ao redor da fogueira e faziam a cerimônia de casamento.

No caso, a fogueira representava a benção e a aprovação dos santos.

Essa união, então, era validada e abençoada quando algum missionário passasse por “aquelas bandas”. Na verdade, esse costume durou até, aproximadamente, 1912.

Comidas típicas de Festa Junina

As comidas típicas de Festa Junina fazem qualquer pessoa – seja ela adulto ou criança, de qualquer crença religiosa e região do Brasil – se deliciar! E não é para menos, há pratos para todos os gostos:

Amendoim torrado, pé de moleque, tapioca, canjica, pamonha, milho cozido, cocadas de vários tipos, doce de abóbora, arroz-doce, rapadura, bolo de milho, bolo de mandioca, curau, paçoca, doce de batata doce, etc.

Como a noite do Solstício de Inverno (e as noites próximas) são consideradas as mais frias do ano, as pessoas se aquecem com um delicioso quentão e vinho quente.

Brincadeiras que não podem faltar

Além de pular fogueira e dançar quadrilha, outras brincadeiras muito tradicionais e divertidas são:

  • Correio elegante: Uma pessoa vai passando com uma cestinha e as pessoas (muitas vezes, mulheres) colocam um recado – que pode ser anônimo, ou não – para entregar ao destinatário.
  • Prisão: É um local totalmente cercado, onde as pessoas pagam uma prenda para o dono da cadeia e pedem para prender por determinado período de tempo. A pessoa, então, deve pagar uma espécie de fiança para ser libertada, que pode ser dinheiro, cantar, dançar, contar uma piada, etc.

Músicas e danças típicas

Certamente, o forró e a música sertaneja (com direito ao som característico da sanfona, do triângulo e da zabumba) são os estilos musicais mais famosos da Festa Junina.

Mas, como vimos, cada região tem o seu estilo musical característico, que vem das tradições dos imigrantes e/ou dos países próximos.

Não importa as mudanças, a quadrilha sempre estará presente! É claro que, especialmente nas escolas, onde as crianças e adolescentes gostam de se divertir, a quadrilha sempre é repaginada.

Um exemplo é a quadrilha invertida, onde os garotos comicamente se vestem de mulher e as garotas, de homem. E dançam invertendo os papeis (mulheres guiando, por exemplo).

A dança típica, nas escolas, também ganhou uma “espécie de modernização” quanto ao ritmo musical. O sertanejo divide espaço com trechos de funk, com coreografias elaboradas.

Roupas típicas

As roupas típicas, ou seja, caipiras, são uma referência ao povo do campo, que povoou diversas regiões do Brasil, especialmente o Nordeste. Na verdade, a Festa Junina em si é uma homenagem ao povo campestre!

Simpatias e crendices de Festa Junina

As Simpatias e crendices de Festa Junina ganham força, visto que as pessoas acreditam que, com a benção dos santos, se torna mais fácil ter uma prece realizada.

Não podemos esquecer, é claro, que é preciso muita fé no santo para ter o seu pedido respondido. Sem mais delongas, confira algumas sugestões de simpatia:

  1. No Dia de Santo Antônio, dirija-se a uma igreja receber o Pão de Santo Antônio. Deixe-o com os outros mantimentos, para sempre ter fartura.
  2. Para encontrar o amor, pegue uma fita vermelha e amarrar na imagem de Santo Antônio, dê nós e faça os seus pedidos. Em seguida, coloque-o de cabeça para baixo e só desvire quando realizar o seu pedido.
  3. Na noite da véspera de Santo Antônio, escreva o nome de seu amor em uma vela branca com o auxílio de um palito de dente. Passe mel na vela e acenda. Santo Antônio trará o seu amor em poucos dias.
  4. Para um pedido de amor ser realizado, as pessoas acendem uma fogueira na tarde do Dia do Santo Antônio.
  5. Assim como a história que gerou a lenda, castigar o Santo Antônio se tornou muito comum. Por exemplo, virar o santo de costas ou de cabeça para baixo, enterrá-lo num pote de arroz, afogá-lo num poço, etc. O santo deve ficar no mesmo lugar até o pedido ser realizado.
  6. Para descobrir o nome do amor, é preciso, na Véspera de São João, encher a boca com água e ficar escutando a conversa de alguém atrás da porta. O primeiro nome que ouvir será o próximo namorado.
  7. Também na véspera de São João, pegar uma faca nova (ela não pode ter sido utilizada) e colocar no caule da bananeira até o dia seguinte. Ao tirar a faca, o leite da bananeira vai formar a letra inicial de seu amor.
  8. Quem está dividido entre duas pessoas pode escrever o nome de seus pretendentes na noite de São João e jogar em uma bacia com água. O primeiro que desenrolar será o nome do escolhido.
  9. Durante a Festa de São João, a pessoa deve ir até a mesa de quitutes e jogar um pouco de sal (que deve ser levado de casa, guardado em uma bolsa). Então, deve declarar mentalmente “A boca que este sal provar é daquele que vai me amar”. Basta, então, dar o salgado à pessoa desejada.
  10. No Dia de São João, fazer um banho com alecrim, cravo e manjericão traz proteção e alegria. Nesse caso, é preciso tomar um banho normal e, em seguida, despejar o banho com as ervas, já morno, do pescoço para baixo. Não enxague e deixe secar naturalmente. Não se esqueça de pedir as bênçãos do santo.
  11. Depois das celebrações do Dia de São Pedro, prepare uma mesa com toalha branca, as sobras do almoço e do jantar e deixe talheres prontas. Quando sonhar, verá o seu amor.
  12. Na véspera do Dia de São Pedro, coloque a chave de sua casa num copo com água e faça a seguinte oração “São Pedro, apóstolo e guardião, envolva toda a minha casa em sua proteção”. No dia seguinte, despeje a água em um vaso de Espada de São Jorge e repita o pedido, São Jorge vai ajudar São Pedro na proteção.

Festa Junina em tempos de Pandemia

Assim como o ano de 2020 está sendo atípico, as Festas Juninas também estão sendo muito diferentes. Por conta da pandemia de Covid-19, as ruas estão vazias e, infelizmente, as cidades não estão movimentando todo o dinheiro que poderiam.

No entanto, o Brasil é um país conhecido pela criatividade de seu povo e, por isso, o Isolamento Social trouxe o arraiá para dentro das casas.

Diversas lives estão sendo feitas pelo Brasil inteiro para animar a sua população e, é claro, que as músicas típicas das Festas Juninas não ficam de fora!

E não temos somente lives de música, as próprias igrejas estão fazendo missas solenes, novenas e terços em homenagem a Santo Antônio, São João e São Pedro.

Diversas paróquias e escolas estão fazendo Festa Junina por Drive Thru, em que as pessoas estacionam os seus carros na calçada, fazem, pagam e recebem o pedido de comes e bebes sem sair do carro.

Um dos grandes exemplos de como o povo pode se unir em uma demonstração de solidariedade é na cidade de Caruaru. O São João Solidário, produzido pela cidade, foi responsável por arrecadar doações de alimentos para quem trabalharia na Festa Junina, mas a pandemia os impediu.

Você fez um arraiá em sua casa? Corra, ainda dá tempo! Se você tiver filhos, certamente vão adorar!

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